segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Por Gabriela Rodrigues
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Bioética da PUCPR

Éticas Ambientais

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Há necessidade de mudança nas ações do homem para com a natureza.  Da substituição do homem antropocêntrico que prioriza os interesses econômicos e científicos (Ética Antropocêntrica) e se preocupa apenas com as consequências na tomada de decisões éticas (Ética Utilitarista), pelo homem ecocêntrico (Ética Ecocêntrica de Leopold) que vai contra a sociedade de consumo, progresso e individualismo; Biocêntrico (Ética Biocêntrica) com uma visão holística, sem a existência de domínio ou posse; e senciocêntrico ( Ética Senciocêntrica de Singer e Regan) que dá ênfase a senciência como parâmetro para ingresso dos seres na comunidade moral, indo contra a Ética Contratualista que embora inclua os animais na comunidade moral, não os considera agente morais mas sim pacientes, tendo seu direitos mas não deveres. A ética ambiental surge com a proposição de éticas que norteiem essas ações. Leonardo Boff alerta em sua Ética das Urgências que por toda a parte apontam sintomas que sinalizam  grandes devastações no planeta terra e na humanidade.  Potter com a Ética da Vulnerabilidade chamou atenção para a vulnerabilidade da natureza  diante das ações do homem. O homem faz parte da natureza, e como tal deve proteger a natureza pelo seu valor intrínseco utilizando-se da Ética das Virtudes de Aristóteles que objetiva conhecer a natureza como um valor transformativo para o ser humano no intuito de uma conscientização ecológica que pode também ser adquirida pela Ética do Cuidado, de Leonardo Boff que atenta para a necessidade de conscientização ecológica através da sensibilização e educação de novas virtudes expressa em valores e atitudes. Hans Jonas chama atenção para a necessidade de responsabilidade do homem com a natureza, que antes cuidava de si mesma, agora já não consegue mais se recompor, em sua Ética da Responsabilidade,  contemplando  os deveres dos seres humanos para com as futuras gerações, preocupação esta, até então, não refletida.  A Etica da Alteridade proposta por Emmanuel  Levinas traz a responsabilidade em relação ao outro.  Para se chegar a um acordo racional sobre questões normativas por todos os envolvidos surge a Ética do Discurso de Habermas, trazendo a proposta do diálogo para resolução dessas questões, sucedendo a Ética Comunicativa de Karl que parte do suposto de que a linguagem faz a ponte entre a filosofia, a sociologia e a psicologia. A Ética da Solidariedade vai de encontro, uma vez que, é condição para a possibilidade de formação democrática e cidadã da vontade política comum. A natureza abriga nossas vidas, histórias e antepassados. Não fomos capazes de perceber sua riqueza. A reconquista da espiritualidade e a necessidade de uma releitura do mundo podem ser conseguidas através da Ética da Compaixão, de Schopenhauer.

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